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Autonomia e Educação em Emmanuel Kant e Paulo Freire

Vicente Zatti
4.9/5 (10501 ratings)
Description:O interesse em pesquisar o tema autonomia e educação tomando como referência Immanuel Kant e Paulo Freire surgiu a partir da constatação de situações do meio escolar e social atual que levam a ou se caracterizam como situações de heteronomia. Destaco dentre essas situações a forma como grande parte dos alunos desenvolvem uma capacidade de compreensão insuficiente, se mostram arredios à leitura, seguem a moda irrefletidamente, apresentam dificuldade em pensar por conta própria e discutir criticamente os assuntos que envolvem, inclusive, seu cotidiano. A nível social destaco a estetização do mundo da vida que leva ao individualismo, à indiferença com o humano, à irresponsabilidade, à massificação e a conseqüentes formas de pensar e agir homogeneizados, não autênticos e autônomos. Além disso, a razão instrumental promove hoje a colonização de diversas esferas do mundo da vida, gerando uma sociedade em muitos aspectos desumanizante e irracional, que prioriza o econômico em detrimento do humano.A realidade social permeada pela estetização, pela racionalidade instrumental, e que se caracteriza como sociedade de massa, ecoa diretamente sobre a educação. Os modelos educacionais elaborados a partir de um pensamento tecnicista-instrumental não abordam a educação em sua totalidade formativa, se mostrando, portanto, insuficientes na formação do educando enquanto homem e cidadão. Dessa forma, sociedade e escola acabam gerando um ser humano incapaz de formular juízos próprios e autônomos, incapaz de pensar certo, como diz Paulo Freire, tanto no nível de conhecimento como em nível moral. Permanecem as pessoas, então, dependentes e determinadas por pensamentos, normas de conduta, ideais, projetos que não são seus, normalmente “impostos” pelos meios de comunicação ou pelo senso comum vigente. E a determinação passiva do sujeito pelo que lhe é externo é heteronomia. A autonomia supõe que o sujeito seja capaz de fazer uso de sua liberdade e determinar-se.4Além do acima exposto, as condições sociais desfavoráveis como pobreza, miséria, favelamento, em que grande parte da população brasileira vive, são elementos que dificultam e até impossibilitam a autonomia. Em geral a pobreza econômica condiciona a uma situação de pobreza cultural, o que dificulta e limita o exercício autônomo da cidadania, pois, privados de boa formação, não conseguem estabelecer-se como sujeitos no contexto social por não terem condições iguais de intercomunicação e não terem condições iguais para disputar as oportunidades, inclusive de emprego. As condições sociais desfavoráveis limitam o poder ser autônomo, tendo em vista que a autonomia engloba tanto a liberdade de dar a si os próprios princípios, quanto a capacidade de realizar os próprios projetos. Por isso, pensamos que é papel da escola promover uma educação que leve o educando a pensar livremente e, também, capacitá-lo para realizar os projetos que estabelece para si.Mas por que estudar Kant e Paulo Freire para iluminar essa problemática?Quem definiu o conceito de autonomia na modernidade e fez dele um conceito central em sua teoria foi Kant. Nesse ideal viu o fundamento da dignidade humana e do respeito, o que foi central para o desenvolvimento dos sistemas legais, dos sistemas educacionais e da sociedade moderna como um todo. A concepção kantiana de liberdade como autodeterminação influenciou muito a educação e o modelo escolar criado a partir da modernidade. Mas para entendermos melhor a concepção de autonomia de Kant, veremos também a concepção de autonomia defendida pela filosofia de sua época, o iluminismo.Paulo Freire traz uma contribuição extremamente importante para a educação, especialmente de países em que situações de opressão são características marcantes, como é o caso do Brasil. Ele formulou uma proposta educacional que procura transformar o educando em sujeito, o que implica na promoção da autonomia. Seu método propõe uma alfabetização, uma educação, que leve à tomada de consciência da própria condição social. A conscientização possibilitaria a transformação social, pela práxis que se faz na ação e reflexão. Teríamos, então, um sujeito emancipado de uma condição social opressora. Em Freire, a libertação das heteronomias, normalmente impostas pela ordem sócio-economica-educacional injusta e/ou autoritária, é condição necessária para a autonomia.As propostas de Kant e Freire possuem em comum uma aposta esperançosa na humanidade, no potencial humano de fazer-se melhor e construir um mundo melhor. A questão que se coloca nessa obra é refletir sobre as possibilidades de as concepções de educação para a autonomia de Immanuel Kant e Paulo Freire iluminarem uma educação que vise formar para a autonomia hoje, uma educação capaz de formar para a superação das heteronomias do nosso tempo.No primeiro capítulo, faço a definição do conceito de autonomia e uma exposição da compreensão de autonomia de alguns pensadores ao longo da história. No segundo capítulo, procuro demonstrar ...We have made it easy for you to find a PDF Ebooks without any digging. And by having access to our ebooks online or by storing it on your computer, you have convenient answers with Autonomia e Educação em Emmanuel Kant e Paulo Freire. To get started finding Autonomia e Educação em Emmanuel Kant e Paulo Freire, you are right to find our website which has a comprehensive collection of manuals listed.
Our library is the biggest of these that have literally hundreds of thousands of different products represented.
Pages
83
Format
PDF, EPUB & Kindle Edition
Publisher
EDIPUCRS
Release
2007
ISBN
8574306568

Autonomia e Educação em Emmanuel Kant e Paulo Freire

Vicente Zatti
4.4/5 (1290744 ratings)
Description: O interesse em pesquisar o tema autonomia e educação tomando como referência Immanuel Kant e Paulo Freire surgiu a partir da constatação de situações do meio escolar e social atual que levam a ou se caracterizam como situações de heteronomia. Destaco dentre essas situações a forma como grande parte dos alunos desenvolvem uma capacidade de compreensão insuficiente, se mostram arredios à leitura, seguem a moda irrefletidamente, apresentam dificuldade em pensar por conta própria e discutir criticamente os assuntos que envolvem, inclusive, seu cotidiano. A nível social destaco a estetização do mundo da vida que leva ao individualismo, à indiferença com o humano, à irresponsabilidade, à massificação e a conseqüentes formas de pensar e agir homogeneizados, não autênticos e autônomos. Além disso, a razão instrumental promove hoje a colonização de diversas esferas do mundo da vida, gerando uma sociedade em muitos aspectos desumanizante e irracional, que prioriza o econômico em detrimento do humano.A realidade social permeada pela estetização, pela racionalidade instrumental, e que se caracteriza como sociedade de massa, ecoa diretamente sobre a educação. Os modelos educacionais elaborados a partir de um pensamento tecnicista-instrumental não abordam a educação em sua totalidade formativa, se mostrando, portanto, insuficientes na formação do educando enquanto homem e cidadão. Dessa forma, sociedade e escola acabam gerando um ser humano incapaz de formular juízos próprios e autônomos, incapaz de pensar certo, como diz Paulo Freire, tanto no nível de conhecimento como em nível moral. Permanecem as pessoas, então, dependentes e determinadas por pensamentos, normas de conduta, ideais, projetos que não são seus, normalmente “impostos” pelos meios de comunicação ou pelo senso comum vigente. E a determinação passiva do sujeito pelo que lhe é externo é heteronomia. A autonomia supõe que o sujeito seja capaz de fazer uso de sua liberdade e determinar-se.4Além do acima exposto, as condições sociais desfavoráveis como pobreza, miséria, favelamento, em que grande parte da população brasileira vive, são elementos que dificultam e até impossibilitam a autonomia. Em geral a pobreza econômica condiciona a uma situação de pobreza cultural, o que dificulta e limita o exercício autônomo da cidadania, pois, privados de boa formação, não conseguem estabelecer-se como sujeitos no contexto social por não terem condições iguais de intercomunicação e não terem condições iguais para disputar as oportunidades, inclusive de emprego. As condições sociais desfavoráveis limitam o poder ser autônomo, tendo em vista que a autonomia engloba tanto a liberdade de dar a si os próprios princípios, quanto a capacidade de realizar os próprios projetos. Por isso, pensamos que é papel da escola promover uma educação que leve o educando a pensar livremente e, também, capacitá-lo para realizar os projetos que estabelece para si.Mas por que estudar Kant e Paulo Freire para iluminar essa problemática?Quem definiu o conceito de autonomia na modernidade e fez dele um conceito central em sua teoria foi Kant. Nesse ideal viu o fundamento da dignidade humana e do respeito, o que foi central para o desenvolvimento dos sistemas legais, dos sistemas educacionais e da sociedade moderna como um todo. A concepção kantiana de liberdade como autodeterminação influenciou muito a educação e o modelo escolar criado a partir da modernidade. Mas para entendermos melhor a concepção de autonomia de Kant, veremos também a concepção de autonomia defendida pela filosofia de sua época, o iluminismo.Paulo Freire traz uma contribuição extremamente importante para a educação, especialmente de países em que situações de opressão são características marcantes, como é o caso do Brasil. Ele formulou uma proposta educacional que procura transformar o educando em sujeito, o que implica na promoção da autonomia. Seu método propõe uma alfabetização, uma educação, que leve à tomada de consciência da própria condição social. A conscientização possibilitaria a transformação social, pela práxis que se faz na ação e reflexão. Teríamos, então, um sujeito emancipado de uma condição social opressora. Em Freire, a libertação das heteronomias, normalmente impostas pela ordem sócio-economica-educacional injusta e/ou autoritária, é condição necessária para a autonomia.As propostas de Kant e Freire possuem em comum uma aposta esperançosa na humanidade, no potencial humano de fazer-se melhor e construir um mundo melhor. A questão que se coloca nessa obra é refletir sobre as possibilidades de as concepções de educação para a autonomia de Immanuel Kant e Paulo Freire iluminarem uma educação que vise formar para a autonomia hoje, uma educação capaz de formar para a superação das heteronomias do nosso tempo.No primeiro capítulo, faço a definição do conceito de autonomia e uma exposição da compreensão de autonomia de alguns pensadores ao longo da história. No segundo capítulo, procuro demonstrar ...We have made it easy for you to find a PDF Ebooks without any digging. 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Pages
83
Format
PDF, EPUB & Kindle Edition
Publisher
EDIPUCRS
Release
2007
ISBN
8574306568
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